O deputado federal Guilherme Boulos (PL-SP) assumiu oficialmente, nesta quarta-feira (29), o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, em substituição a Márcio Macêdo.
A cerimônia de posse, realizada no Palácio do Planalto, contou com a presença de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), grupo do qual Boulos é uma das principais lideranças. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ao novo ministro às 17h23, em seu primeiro compromisso público desde o retorno de viagem pela Indonésia e Malásia. Pela manhã, o presidente havia participado de uma reunião de emergência sobre a operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em dezenas de mortes.
Boulos foi nomeado no último dia 21 de outubro, após meses de especulações sobre mudanças na Secretaria-Geral. A saída de Macêdo já vinha sendo comentada desde o primeiro semestre, mas ganhou força nas últimas semanas com a decisão de Lula de reforçar o diálogo do governo com movimentos sociais e a juventude.
A entrada de Boulos no governo também é vista como uma estratégia política com foco nas eleições de 2026, além de sinalizar um aprofundamento da relação do Planalto com setores populares e progressistas. O novo ministro estreitou laços com o presidente durante a disputa pela Prefeitura de São Paulo, quando foi apoiado por Lula e chegou ao segundo turno contra Ricardo Nunes (MDB).
Com a nomeação, o governo federal realiza sua 13ª mudança ministerial desde o início da atual gestão. A Secretaria-Geral da Presidência tem como principais atribuições articular ações com movimentos sociais, estimular a participação popular nas decisões de governo, além de coordenar consultas públicas, plebiscitos e referendos.
A substituição é interpretada como um movimento de reaproximação do governo com a base social histórica do PT, em um momento em que parte do Centrão se distancia do Palácio do Planalto.




