Não é segredo em Salvador, menos ainda em Brasília: onde estiver Rui Costa, há grande chance de José Henrique Tigre, o Quinho, surgir por perto.
A relação entre o ex-governador da Bahia e o ex-presidente da UPB é sustentada por amizade, lealdade e utilidade política.
Nos últimos anos, Quinho deixou de ser apenas um aliado do interior e se consolidou como operador político de confiança. Circula com naturalidade pelos corredores do Planalto e se tornou ponte permanente entre prefeitos baianos e o núcleo político do governo Lula — trânsito adquirido não com fotos, mas com votos entregues, base organizada e muito trabalho silencioso.
Quinho nunca perde a oportunidade de repetir que, em sua avaliação, Rui Costa foi “o maior governador da história da Bahia”. O argumento vem sempre acompanhado de números e feitos: Rui permaneceu no cargo, garantiu a maior votação proporcional de Lula no país em 2022 e ainda elegeu seu sucessor, Jerônimo Rodrigues — uma demonstração prática de como se joga o jogo do poder. Por isso, é hoje um dos mais entusiasmados defensores da pré-candidatura de Rui ao Senado em 2026. Nos bastidores, trabalha firme para isso enquanto pavimenta o próprio caminho rumo à Assembleia Legislativa da Bahia, onde pretende atuar como deputado estadual, com a bênção explícita de Rui e do senador Otto Alencar, seu aliado histórico no PSD.
Currículo não lhe falta. Foi prefeito de Belo Campo por dois mandatos, presidiu o Consórcio de Saúde da Região de Vitória da Conquista e comandou a União dos Municípios da Bahia (UPB), vitrine cobiçada entre os municipalistas. Entregou a prefeitura ao sucessor com cerca de 75% dos votos — número que fala por si. A família também virou ativo político: sua esposa, Léia de Quinho, foi a vereadora mais votada de Vitória da Conquista e hoje concentra uma base que ultrapassa as fronteiras da cidade, reunindo prefeitos e lideranças de toda a região sudoeste.
Filiado ao PSD, abençoado por Otto Alencar e cada vez mais próximo de Rui Costa, Quinho passou a ser visto como peça relevante do tabuleiro de 2026. Suas falas, antes restritas aos bastidores, agora produzem ruídos — e recados — em público. Quando defende Rui para o Senado ou comenta articulações da base governista, não é apenas Quinho falando. É a voz de quem conhece o interior, o humor dos prefeitos e a matemática precisa dos votos.
Daí o alvoroço: quando o queridinho de Rui Costa se movimenta, Brasília e Salvador prestam atenção. Não apenas por deferência, mas porque, na política, ninguém ignora quem detém a chave de entrada em tantos municípios ao mesmo tempo.




